CARTA A UMA OLINDA ESVAECIDA!...
A mulher que um dia amei,
Olinda João Nhampossa.
            (…) SÃO duas da MADRUGADA.
Olinda já despertou – já anda e circula fundo
no empecilho inflamado dos meus devaneios
E os pintos das capoeiras suburbanas
das ruas e lugarejos insofismáveis na correria
 desregrada das minhas dores e padecimentos
Também GRITAM e cantam cada vez mais alto
Olinda é sonho nos teus tímpanos
Olinda é sonho nos teus tímpanos
Olinda é…
E bem antes de terminar… sonho nos teus tímpanos
Assusto-me e CAIO arremessado na escuridão BEM
escura dos corredores – uma autêntica OSMOSE fria
Das nossas recordações
Minhas memórias
Seus desgostos…

E bem animado também canto e choro na mesma voz
Olinda já não é mais Olinda…
Olinda é dor,
Olinda é choro,
Olinda é mágoa
Mas Olinda também é personagem, é vida, é história
é amizade, é carinho, é bondade e ainda Olinda é mãe
Porque ALEITA meus cantos e fogos excitados e acesos
na masturbação paralela das nossas lágrimas e angústias…
            E no moderno PRAGMATISMO dos CINEMAS vistos
de baixo colorido dos meus teus lençóis estendidos na esteira
gasta do nosso quarto apetrechado de clítoris de caniços soltos
Ah que eu te CANTO,
te BUSCO, te BEBO – no hexâmetro diametralmente dissociado
no EGOÍSMO único dos meus versos submissos e decompostos
Olinda já FOI e já PARTIU para NUNCA MAIS VOLTAR
Olinda é dor,
Olinda é mágoa,
Olinda é saudade
Mas Olinda também é gente, é MULHER, é livre, é tudo e é canto…

           
                                                                                      

Dionísio Geraldo Bahúle

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