RATAZANDO-TE LINDA
(À Vilma Américo Sumbane)
Dois ventos hesitantes
nos corredores do Hospital de Chicuque
sopram ares fecundos e vacilantes,
aliviando dores de gritos
e gritos de dores que dormem
no maltrato dos mosquitos,
vizinhos das pretas latas de lixo e,
senhoras donas
da cessão divina de cólera.
Ao lado do sangue,
máscara dos acidentados
e mortos sem feridas,
pateia um EU gemebundo
azulado pelos fardamentos de hospedados
na medicina sem soldo.
No ventre da minha felicidade em coma
desnuda-se uma MULHER viva e
morta pelos saca-rolhas genitais.
Numa solidão apraza e
órfã da minha prima paixão,
beijam-se reluzindo,
os lábios do calcanhar da lágrima,
rainha dos lamentos pelas percas e
perdidas sedes do verdadeiro amor.
Amor princípio,
vacilas no gotejar sexual
dos sete espermatozóides
do meu ter te enviado
para um nunca mais voltar.
Amor experiência,
focinhas na lama
dos choros diurnos e unos,
e nas madrugadas nocturnas
do meu repensar-te tanto.
Amor amizade,
que me leve ao horizonte dos falecidos,
mortos pelo desejo titubeante
de querer-te de volta.
Amor criança,
vanglorie-me no altar da montanha,
pedra preciosa e viúva do marido vivo.
Amor seriedade,
que eu veja em ti,
cábula da prostituição e
felicidade das DTS´s
daquelas barracas de KA MATIRANZE,
residência das pulgas
do mano JUSI e mano MAPATO!
Serás um amor Vida,
compromisso dos que temem a morte?
Que tal
receares ilusões dos bandos de XICANJUANINE
florescendo a minha rectilínea saudade
dos tempos imundos,
paradisíacos,
e de saudades sem fim?
dos tempos imundos,
paradisíacos,
e de saudades sem fim?
JUERSA.
11 de Novembro de 2012, 0h e 38min. Nas alegrias pela posse perdida,
exumando-se nos esconderijos do amor vazio.
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